segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Caixeiro da Taverna














A Cia Mamborê de Teatro está com uma nova peça em cartaz. Trata-se do “Caixeiro da Taverna”, mais um texto de Martins Pena, dramaturgo romântico que notabilizou-se por satirizar a sociedade brasileira do século 19.













A Cia levou a nova peça ao palco da Biblioteca Pública Municipal Prof. Egydio Martelo e do Hospital Santa Casa, ambos em Campo Mourão, e agora prepara-se para levar o texto às comunidades rurais do município de Mamborê, como tradicionalmente faz com todas as montagem.

Mestre Nikon Kopko

- Hersen, Portílio e Darolt!?!?!
Ouvindo esta frase proferida com aquela voz grave e forte do mestre Nikon Kopko, o trio que conversava animadamente ao fundo, se acomodava rapidamente nas suas respectivas carteiras. Logo após a chamada (meu número sempre se situava por volta do 23 e sempre haviam duas “Neusas” na sala) o mestre iniciava a correção da tarefa de casa que era conjugar os verbos da primeira, segunda e terceira conjugação em vários tempos e modos. E assim seguiam-se os dias até estarmos com a relação completa das conjugações verbais em nosso caderno de Língua Portuguesa.
Ufa!!! Haja caderno!!!
Nas aulas seguintes aprendíamos a forma correta da colocação pronominal – próclise, mesóclise e ênclise - e fazíamos uma lista imensa de exercícios praticando esta colocação adequada nas frases. Na sequência, como tarefa de casa, um tema sobre o qual deveríamos redigir aproximadamente uma lauda para a aula do dia seguinte...
Assim eram as aulas do mestre muito conhecido e respeitado por todos pelo domínio que tinha da gramática normativa. Na verdade nosso mestre era a gramática em pessoa.., qualquer dúvida que alguém tivesse em relação à norma da Língua Portuguesa, lá vinha acudir aquele homenzarrão “buenacho” com seu vozeirão grave de megafone, ditando as normas e tecendo comentários sobre a etimologia das palavras envolvidas na questão.
Alguns anos mais tarde, já com a surdez acentuada e, em conseqüência, maior volume acrescido à voz grave e forte, este mestre me apresentou as declinações e um pouco do vocabulário da Língua Latina no curso de Letras da Fecilcam de Campo Mourão. Em algumas ocasiões, com uns dois velhos livros em baixo do braço esquerdo, vestindo a mesma camisa branca, calças cinza e sapatos pretos, denunciando o já largo uso, o mestre se sentava no banco rústico de madeira, que ficava na calçada em frente à grande porta de vidro da faculdade, e ali nos auxiliava nas dúvidas (agora Aleixo, Portílio e outros sobrenomes) relativas à norma culta padrão, com as quais nos deparávamos nas atividades agora acadêmicas
Neste época nossos novos mestres já começavam a esboçar uma abordagem diferente do ensino de Língua, tanto Inglesa quanto Portuguesa, onde nos era ofertada a gramática através de textos e não mais em frases soltas, estanques. A partir daí aprendemos que a língua tem diferentes modalidades, ouvimos falar do preconceito lingüístico e fomos apresentados a Saussure e Bakhtin entre outros, e as discussões continuam até hoje.
Hoje, além de não colocarem mais nome de Neusa nas meninas, também não se ensina mais a Língua Portuguesa da forma como o mestre Nikon Kopko ensinava. As suas aulas eram de “cálculo gramatical”, o que na prática cotidiana muito pouco utilizamos. Hoje tenta não se privilegiar a norma culta padrão, embora seja muito difícil, pois esta prática está muito enraizada na cultura escolar. Mas apesar de tudo isto, quando ouço falar em aula de Língua Portuguesa me vem à memória a imagem deste mestre que cuidava com carinho da gramática da língua nas frases escritas e proferidas por seus alunos.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Paul McCartney no Engenhão - O show da minha vida














Assistir ao Show do Paul McCartney no Rio de Janeiro, no dia 22 de maio de 2011, foi um acontecimento sem precedentes na minha história. Participei junto com a Aline, minha filha, da cartase coletiva do Engenhão e continuo degustando o agradável sabor daqueles momentos, os quais tento compartilhar com as pessoas que não puderam estar lá comigo.

A obra dos Beatles é atemporal , é trilha sonora da minha trajetória desde a adolescência, quando estes quatro jovens de Liverpool me foram apresentado por Fernando Vieira, em seu programa da TV Difusora, canal 10, de Porto Alegre; e agora embala também os sonhos da Aline, que exibe tatuada em seu pulso esquerdo a frase “Let It Be”; dá ritmo aos passos do Alexandre, meu sobrinho querido, que faz parte de uma banda cover dos Beatles chamada “Julieu e as Romietas”...














E assim milhares de adolescentes, jovens e pessoas com os cabelos desbotados pela ação do tempo, se mesclaram nas filas, sob o sol carioca, protegidos por guarda-chuvas multicoloridos, aguardando o tão esperado momento do Beatle Paul entrar em cena e reger aquele imenso coro de pura emoção e energia.














Momentos de especial emoção para mim foram "Blackbird" ao violão, “Something” executado no U-kelele acompanhado por um coro de 45 mil vozes, “Hey Jude” acompanhado pelo piano multicolorido e protagonizado por todos que eram parte daquela multidão, com cartazes formando um imenso coro escrito, cantado e emoldurado por balões de todas as cores saltitando entre os braços comovidos,... e, é claro, "Yesterday" que cantamos juntos e impecavelmente do inicio ao fim.

Vejam neste video o momento incrível de "Hey Jude" que ficou no Engenhão e na memória de cada um dos protagonistas do espetáculo.



Outros momentos memoráveis de Paul in Rio estão no YOUTUBE.

A VIAGEM
Saímos em sete pessoas da UEM- Maringá pontualmente às 22:10 horas do dia 21de maio, sábado, em um micro-ônibus fretado pela Turismo Universitário, passamos em Londrina onde somaram-se a nós mais treze pessoas. Uma galerinha muito especial, não sei o nome de todos, lembro apenas dos companheiros de Maringá que são o Gabriel, o Vinicius, a Aline, a Anne, o Leandro.













Fizemos uma viagem muito tranquila, em parte fomos curtindo o DVD do Show de Paul e em parte dormindo. Chegamos no Rio por volta das 13:00 horas de domingo e fomos direto ao Engenhão aguardar o show que que começou às 21:45. Marcamos um ponto de encontro com a galera do ônibus em frente ao setor norte. A saída do Rio se deu por volta da 01:00 hora do dia 23 de maio.