Este instrumento de tortura está intimamente ligado ao
controle do corpo feminino. Dizem que a mulher fica sensual, elegante, bonita, sei lá... Mentira cabeluda,... é um ritual tão
doloroso quanto o de qualquer outra cultura que, do nosso ponto de vista, dizemos
ser “exótico”. O que de fato acontece com a mulher em cima dos saltos é que ela
anda completamente desajeitada (sensual para o senso comum), controlando os
movimentos para não desabar daquelas torturantes pernas de pau, o que a torna uma presa fácil. Esta mulher está sempre a
procura de um apoio que esteja com as plantas dos pés acomodadas adequadamente no
chão; está mulher tem autonomia restringida, pois precisa de um motorista (sem
saltos) para dirigir, tem limite de acesso a determinados espaços ou terrenos
irregulares; precisa de um segurança pois sua “deficiência” (o salto) a impede
de correr ou de ter agilidade e
equilíbrio.
Ouvi dizer que esta brilhante ideia surgiu porque alguém não
queria que as concubinas fugissem do harém então obrigaram as pobres
criaturinhas a usar sapatos que as impossibilitavam de correr para fora, para a
liberdade... Sapatos que fragilizam o equilíbrio e restringem a mobilidade...